segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Nas ondas do rádio


Sempre fui um contumaz ouvinte de rádio. Hábito que adquiri desde a adolescência quando morava em Santo André. Nesta época aos 15 anos eu trabalhava como aprendiz de mecânica geral na Mercedes Bens do Brasil e a minha mãe me acordava cedo as 06h00min, sempre ao som da rádio bandeirantes onde ouvia o programa o Pulo do Gato apresentado pelo José Paulo de Andrade. Relato isso, pois até hoje este programa existe e ainda é escutado todas as manhãs na casa de minha mãe.

Quando eu mudei para a região de Votuporanga muitos anos depois, carreguei comigo minha paixão por rádio e confesso ter ficado frustrado com a programação que eu ouvi e tentei acompanhar. Abandonei meu prazer e passei a utilizar o aparelho de rádio do meu carro como um tocador de CDs de minha escolha.
Passado muito tempo desde minha frustração decidi outra vez tentar escutar as rádios regionais e para minha surpresa elas tinham piorado. Segue abaixo um relato sobre a minha recente viagem pelo dial do meu rádio. É claro que não irei nominá-las e sim apresentar o seu conteúdo.

- uma rádio apresentava um programa com um pastor gritando e ameaçando aqueles que não acreditassem no seu Deus. Dizia ele que os descrentes iriam ser queimados com enxofre e sofreriam dores horripilantes eternamente. Credo.

- uma outra rádio também com um programa e um pastor, já com um tom mais ameno prometia o céu e o paraíso a quem acreditasse e doasse.

- a rádio universitária apresentava um programa de fofocas de TV e cinema nacional e internacional. Não me recordo muito bem o assunto, mais era algo sobre um divórcio de uma famosa e importante atriz norte-americana. Nada como deixar bem informado nossos ouvintes e universitários.

- todas outras rádios eram muito iguais, apresentavam programas que eram um misto de músicas e informação. As músicas, quase todas, ou rimavam amor com dor, ou possuíam letras apelativas de duplo sentido, e sempre cantadas aos berros. As informações retiradas de sites da internet, algumas com certa relevância outras desatualizadas e desnecessárias.

Será que só existem programas dessa qualidade porque os ouvintes e os anunciantes gostam? Se todos fazem os mesmos tipos de programas, será que uma rádio diferenciada não atrairia anunciantes e clientes também diferenciados?

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